“Minha cara, há coisas que simplesmente não se fazem, como beber Dom Pérignon 1953 acima de 3oC. É tão ruim quanto ouvir Beatles sem protetores de ouvido.” A emblemática frase de James Bond em Goldfinger mostra o bom gosto (para vinhos) do mais famoso espião do cinema. É verdade que o agente 007 é conhecido por seu indefectível Martini, porém, o paladar e o conhecimento dele para vinhos e champagne é inegável.
Desde o primeiro filme (O Satânico Dr. No, de 1962) e também o primeiro romance de Ian Fleming (Casino Royale, de 1953), Bond demonstra seu gosto refinado e sua predileção por grandes Bordeaux, mas, principalmente, por Champagne safrado. Dom Pérignon, obviamente, é um de seus preferidos.
A bebida que leva o nome do famoso monge que teria inventado a “fórmula” dos espumantes dessa região francesa aparece em oito filmes e no romance Moonraker (que mais tarde se tornaria o filme 007 contra o Foguete da Morte).
No cinema, o agente degusta grandes safras dos anos 1950. Em Dr. No, chega a dizer que prefere 1953 à 1955 quando ameaça usar a garrafa sobre a mesa para atacar um guarda e ouve de Dr. No: “É um Dom Pérignon 1955, seria uma pena quebra-lo”. Mas, na filmografia toda, ele prova as safras de 1952, 1953, 1955, 1957 e 1959.
Em uma das últimas cenas de 007 – O Espião que me amava, o personagem principal, interpretado por Roger Moore, declara após matar o vilão e encontrar uma garrafa em seu barco: “Talvez eu tenha julgado mal Stromberg. Qualquer homem que bebe Dom Pérignon 52 não pode ser de todo mau”.
Há mais champagnes na vida do agente bom de bico
Depois da Dom Pérignon, a relação mais duradoura do agente secreto com uma marca de Champagne tem sido com a Bollinger. Desde “Viva e Deixe Morrer”, de 1973, a marca aparece em quase todos os filmes, inclusive nos mais recentes. A lista é longa, incluindo exemplares Récemment Dégorgé, de longuíssima maturação (mais de 10 anos). Além dele, Bond toma Veuve Clicquot, Krug, Tattinger e Pommery – sempre em ótima companhia.